Thursday, May 31, 2007

.: O meu conto-de-fadas :.

Este conto não ocorreu na Era Medieval tão pouco a princesa é a mocinha. Aqui não tem princesa. I hate them, diga-se de passagem. Mas vou manter a fada-madrinha, porque conto-de-fadas que se preze tem que ter uma bem bonita, de preferência loira de olhos verdes que páre o trânsito, e a minha é assim.
Pra eu não perceber que ela era a minha fada-madrinha, ela se disfarçou de estudante da quinta série F de uma escola estadual em 1992. Tramou ser minha amiga durante quinze anos só pra disfarçar, afinal, eu sou esperta.
Chegado o momento certo de pôr seu plano de fada-madrinha astuta e ação, ela começou a namorar o grande amigo do príncipe da história, que está mais para um vagabundo (graças a Deus!) sem cavalo branco, sem teto e abandonado. Foi aí que começou sua labuta, pois eu, intransigente, recusei-me a conhecer o homem que me tiraria do marasmo dos meus amores platônicos e tristes.
A fada-madrinha pensou: “Caralho, essa menina é foda! Mas eu já sei como fazer pra fazer os dois se encontrarem!”
E então, ela casou com o grande amigo do vagabundo e convidou-o para ser padrinho da cerimônia. Para parecer natural, ela me chamou para fotografar a ocasião.
“Perfeito! Assim, os dois se encontram e caem de paixão um pelo outro!”, pensou a fada-madrinha bondosa.
Mas as coisas não iam bem não. Um não notou o outro, e a fada-madrinha teve que trabalhar novamente.
– Luciana, você não vai pegar o buquê?
– Não, sou a fotógrafa.
– Vai tomar no cu, dá essa máquina aqui.
Foi então que, seguindo desesperada a fada-madrinha para ver em que mãos ela iria jogar a máquina profissa do meu amigo fotógrafo e ciumento com suas coisas, eu me deparei com ele:
– Ó, é só apertar esse botão aqui, ó., disse eu, aliviada, porque ele parecia alguém confiável pra ficar com a
Canon d60.
Sem aguardar qualquer comentário dele, corri à entrada do salão onde o vuco-vuco das solteironas vorazes já estava se formando. Ele pensou: “Quem é essa menina pra me dizer onde fica o botão? Ela acha que eu sou idiota?”
É, a primeira tentativa havia falhado. Mas a fada não desistiu. Durante um ano, ela insistiu com um e com o outro. Obteve a ajuda de seu marido, incumbindo-o de cupido. Eram um casal bonito, queriam ver seus amigos felizes, mas como, se eles não se encontravam?
Foi então que o Destino, autor do conto-de-fadas e com dó da fada e do cupido, resolveu começar o clímax da história: armou nosso reencontro. E dessa vez foi diferente. Houve um estalo em mim quando o vi. Eu o atraí e ele não soube por quê. Eu queria entender porque gostava tanto de conversar com ele. Ele tentava me decifrar. Eu abri mão de algumas coisas por ele. Ele fez o mesmo por mim. Durante uma semana, inventamos desculpas pra nos revermos. O domingo chegou novamente, e mesmo sob a supervisão da fada e do cupido, não foram necessárias interferências: nos beijamos pela primeira vez sentados numa calçada do centro de São Paulo, como dois vagabundos perdidos, porque quisemos. E fomos felizes.

Comments:
So sweet!
 
As borboletas, as fadas, os cupidos...

E viva o mundo alado dos apaixonados!
 
Peraí... ele tocou a câmera do Ader? Ixi... dá tempo de apagar essa parte antes que o Ader leia? (rs)

Seu conto tá no forno! Espere só...

M.A., o que você tá fazendo aqui? Já pro meu blog! ;)
 
o ader sabe, diego. ele cuidou direitinho dela. quero meu conto e... larga de ser egoísta e ciumento e divida os leitores comigo! :P
 
Tá pago! Tá pago! Sou um cara que paga todas as promessas feitas!

Eu divido os leitores, se vc prometer cuidar bem deles! Esse blog tava entregue as traças! Cadê o chá e os biscoitos? Tem que ter texto todos os dias, é assim q se trata um leitor, tô certo M.A.?
 
Totalmente Diego!!!


Adoro a esperança que a Luciana me dá, de que eu posso deixar de ser essa coisa chata e "insesível"...

E não se preocupem, eu leio os dois!

;)
 
ops insensível!
 
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