Friday, November 09, 2007

.: dead line :.

Eu fiquei aqui pensando na pergunta do Nacca e na minha resposta:
"Outra coisa, pq as garotas se desesperam qdo chegam próximo dos 30?"
"Tenho uma teoria: a vontade de ser mãe."
Certa vez ouvi minha ex-cunhada falando do tal relógio biológico. O meu ainda não apitou ou coisa parecida, mas acho que vai.
Quando eu era adolescente tinha fascínio por bebês. Queria pegá-los, aprender a trocar fralda, a dar papinha na boca. Hoje não tenho mais essa vontade. Eles são bonitos no colo da mãe. Mas eu sei que quando eu soprar as 30 velinhas, vou querer embuchar do primeiro. Porque quero dois. Não mais que isso, material escolar é muito caro.
E aí eu chego na fase anterior à maternidade: a escolha do pai. Pra mim é ideal que ele seja o parceiro. Criança precisa de pai e mãe. Quando não tem um ou outro, se vira, mas não pretendo ser tão moderninha assim.
Aí é foda, eu fico pensando que quando fizer 30 vou sair às ruas com o seguinte questionário: 1) você é um cara saudável? digo, alguma doença, fuma? 2) você tem um emprego estável? tem carro? mora com quem? 3) fez faculdade, né? 4) quantos livros você lê por ano? 5) campo ou praia? (porque sempre tem essa pergunta, sei lá). Não, não é uma pesquisa escolar, é pra saber se você pode ser o pai do meus filhos.
Bom, meu irmão diz que eu vou casar com um neguinho corinthiano banguela que gosta de pagode e vai me dar um tapa pra eu pegar cerveja e dois se ela não estiver gelada.
Acho que eu não vou conseguir o cara do meu questionário nem vou sobrar com o corinthiano. Mas a questão é: tem de ser perto dos 30. E se me desesperar, como disse o Nacca? Já pensou, parir um filho de qualquer um pelo medo de não parir mais? Isso me assusta. Não o fato de ficar sozinha, mas de não ser mãe.

Tuesday, November 06, 2007

...when you gonna realize they're only pretty lies...

Joni Mitchell was right. I could sing a song called "The last time I saw Richard" too, but not like her.

Thursday, November 01, 2007

.: as cartas de Dona Sandra não mentem :.

– Ele já te falou sobre pensar melhor?
– Não. Ainda.
– Será por falta de interesse. Mas antes de você completar 27 anos...
E então o meu futuro estava ali, novamente nas cartas de que Dona Sandra espalhava sobre a mesa. A atmosfera era a mesma: oferendas nos cantos da sala, vestes e adornos pendurados e um tabuleiro redondo ao centro da mesa que abrigava o futuro de todos que se sentavam na cadeira onde eu estava.
Dona Sandra também era a mesma senhora que há quatro anos revelou que eu iria ficar sozinha até os 28, porque eu era ruim. Ouvir isso aos 22 anos não é lá tão agradável, mas pra mim foi natural.
Entretanto, não foi essa a revelação que me fez voltar. Dona Sandra descreveu o retorno do Flávio e avisou que seria breve. Eu desacreditei, sabia que ele estava praticamente casado e que seria impossível uma reaproximação nessas condições. Esqueci dessa história e dois anos depois ele bateu em minha porta, solteiro. Lembrei do que Dona Sandra disse e, quando ele me deixou dois meses depois, senti que de nada adianta o livre-arbítrio em alguns casos. Aquelas cartas estavam certas.
Agora eu estava novamente sentada diante delas, com os olhos estatelados acompanhando uma a uma que era deitada no tabuleiro, tentando em vão compreender seus significados.
Após a leitura de meia-hora cravada no relógio, algumas descrições precisas de presente e futuro e outras nem tanto, saí de lá sabendo que a única coisa que eu poderia fazer era esperar e tomar cuidado com o mês de fevereiro vindouro.
Ah, e seu eu for uma boa menina, poderei estar de aliança no dedo ano que vem.
E se eu não for?

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