Tuesday, September 04, 2007

.: a dança da vassoura :.

Existe uma brincadeira na nossa turma onde todos dançam em pares, embalados ao som de uma música qualquer. Mas alguém começa essa dança com uma vassoura porque não tem par. A música troca, a vassoura permanece com quem começou sozinho a brincadeira. Por vezes, a vassoura até dá um descanso e vai parar na mão de outro, mas coisa rápida. Basta o acorde de uma nova música pra ela voltar pras mãos de origem, que fortes a sustentam com certo orgulho, até. Foi assim durantes meses, anos. No mínimo 3 anos, desde que os pares se consolidaram. Sim, os pares trocaram de parceiros também, se separaram, voltaram. Mas nada disso influiu o par da vassoura, que continuou sua dança solitária, se esforçando pra ser feliz. E seria mentira se eu dissesse que não foi... feliz. Foi sim. Mas agora acho que esse ímpar da turma está se sentindo um número muito solitário. 9, esse é o seu número. 4 casais e o par da vassoura. Mesmo tendo quebrado muito a cabeça e ter desistido de achar alguém pra acompanhar a dança, desta vez o número 9 teve esperanças. O fato é que, para ter um par, a vassoura passaria a alguém, e isso não seria nada agradável. Seria melhor tudo continuar como estava, afinal o número 9 já estava acostumado com a solidão dos sábados à noite. Para ele seria fácil, apesar de monótono, ficar com a vassoura. E foi assim que aconteceu. Seguindo a regra do jogo, a vassoura não pode ser posta de lado, e acompanha novamente seu par já cansado das mesmas músicas.

Esse texto foi postado por mim em 18 de novembro de 2004 no extinto Som-e-fúria.
Está aqui porque me intimaram: “você escreve isso e assina em baixo?”.
“Já escrevi há algum tempo”, foi minha resposta numa recente conversa.
Pois bem, há apenas uma atualização (feliz) a fazer. Agora (e por enquanto ainda) são cinco casais na turma. Mas o cabalístico número 9 continua a atrair a vassoura e – olha que coisa! – este texto continua valendo! Tanto faz eu tê-lo escrito há dois anos e 10 meses ou ontem, NADA mudou.
Ao menos, eu aprendi novos ritmos...


Comments:
Tvz seja uma questão de perspectiva. Será q o ponto não é dividir a vassoura? Ou arranjar um par PARA a vassoura?

A refletir...
 
aí é que está, querido WL. a vassoura não se divide, regra básica. arranjar um par para a vassoura seria uma saída, mas eu como disse ao nosso amigo digs, ficar com a vassoura é meu karma, meu dharma, minha maldição. ou não se explica a maior parte do tempo dançando sozinha a música.
 
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