Thursday, October 11, 2007

.: B.O.s – parte II :.

Você acaba de levantar da cama às seis e meia da manhã, puta da vida porquê tem de se produzir para um evento do trabalho que acontecerá à noite e, com sua muda de roupa (separada na noite anterior) em baixo do braço, abre a porta do seu quarto em direção ao banheiro, tonta de sono, quando de depara com seu irmão gritando:
– O documento do seu carro! Pega o documento do seu carro, precisa passar pra polícia, a mãe tá no telefone!
Como eu permaneci com a cara de amassada e sem reação, meu irmão decide me acordar de vez:
– Acabaram de levar o seu carro, Luciana!
Dois dias depois eu lembrei que havia sonhado com isso: o meu carrinho novo, escolhido a dedo, sendo levado da garagem. Mas fora do mundo dos sonhos ele não foi levado da garagem, foi tirado das mãos do meu irmão enquanto ele tirava o carro da garagem. Eram quatro caras e uma menina, e ao menos uma arma. Quiseram levar meu irmão, mas provavelmente não sabiam nem pra quê: não havia espaço num Ka para 6 pessoas. Minha mãe assistiu a tudo do outro lado da rua: ela sempre sai pra abrir e fechar o portão.
Tomei as providências necessárias e fui trabalhar. Desolada. Já estava me conformando em tomar canseira do seguro pra receber a grana e em pagar por dez meses as prestações do vidro elétrico que mandara colocar. À noite, meu pai me avisa que o Flecha Prateada fora achado numa travessa da Estrada do M’ Boi Mirim. Saio voando da Av. Paulista, encontro meu pai e vamos em direção ao local do resgate. Eu já com meu coração na mão: será que está batido?
Ele estava bem estacionado em cima de uma calçada, à frente uns 300 m de um Celta vermelho, roubado pela mesma gangue. Ao fim da rua, uma Febém. Dei uma volta pelo carro e só haviam sinais de uma leve batida no pára-choque. Era fato que haviam levado o som e tudo o que tinha dentro. Abri o porta-malas e só encontrei o manual: tomara que enfiem os meus bastões de dança do ventre no cu uns dos outros. Entrei no carro pra dar a partida e fiquei surpresa ao ver que meu case ainda estava em baixo do banco do passageiro. Há um certo benefício prático em gostar de Shakira e Cardigans numa hora dessas.
Após a canseira de quase quatro horas na delegacia, voltei pra casa feliz e tentando entender de onde minha mãe havia tirado tanta convicção ao me dizer, ainda de manhã, que eles iriam achar o carro até o final do mesmo dia.

Comments:
Mães têm sentidos extras q nós desconhecemos.

Eu nunca os terei. Vc, pelo contrário, tem chance de adquiri-los.

;)

Bom fds, viu.
 
Ah, e q bom q acharam seu carro e q todos estão bem. =)
 
Q zica!! Cara, vcs tem 6.o sentido e eu não duvido dessas cousas.
 
Aah! Cardigans é legal, é "my favorite mistake"
 
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